domingo, 13 de outubro de 2013

Meu avô, um escriba - Análise de livro paradidático





INTRODUÇÃO
Este trabalho partiu de uma proposta de análise feita pela professora de Metodologia e prática de ensino da Matemática no curso de Pedagogia. A proposta consiste em evidenciar o valor que os livros paradidáticos possuem enquanto ferramenta de ensino, visto que, esse tipo de livro, muitas vezes, seja visto como mero material de apoio ou consulta e acaba não sendo devidamente utilizado.
Para tanto, fizemos a presente análise do livro “Meu avô, um Escriba”, nela buscamos identificar todos os conteúdos possíveis para a aplicação em uma aula. Desde os aspectos históricos culturais, os relacionados à nossa língua, até os que dizem respeito à matemática propriamente dita. Após a análise e já com os conteúdos devidamente organizados, desenvolvemos uma proposta de aula.
Em suma, o objetivo final de nossa análise é propor uma aula utilizando o livro paradidático como material de apoio, buscando contribuir para um ensino de melhor qualidade.


JUSTIFICATIVA

        A análise do livro paradidático faz-se necessária na medida em que compreendemos sua importância. Esse tipo de obra apresenta inúmeras “vantagens” em relação aos livros oficiais (Os chamados Didáticos), pois eles possuem uma maior flexibilidade no que diz respeito aos conteúdos trabalhados, não recebem controle direto das políticas de governo como os didáticos, dessa forma possibilitando um trabalho melhor, já que abre margens a reflexão e a criatividade.
        Esse tipo de livro não é tediante, possui um caráter lúdico que os alunos conseguem acompanhar sem grandes problemas, aprendem se divertindo. A questão da interdisciplinaridade também está presente, pode-se abordar em uma única obra, vários conteúdos, das mais diversas áreas do conhecimento.
            Em suma, diante de todas as possibilidades que o livro paradidático abre para o docente, acreditamos que uma análise/aula como está que estamos fazendo, é de suma importância para as melhoria e ampliação da educação em nosso país.


RESUMO
        O livro conta a história de uma criança chamada Tuta, cujo avô, Seso, era um escriba egípcio. Traz à tona a função de um escriba no antigo Egito, bem como algumas particularidades de sua cultura. No decorrer da narração, o garoto demonstra interesse pela matemática e recebe do avô alguns ensinamentos quanto à forma de multiplicar utilizada pelos escribas.
        O desfecho da narração relata a morte do avô de Tuta e os procedimentos utilizados para o seu enterro, evidenciando mais algumas particularidades do povo egípcio.
      
ANÁLISE DE LIVRO PARADIDÁTICO

GUELLI, Oscar. Meu avô, um escriba. São Paulo: Editora Ática, 1999

1.1.      Atividades e demonstrações:
No decorrer da narrativa são propostas e explicitadas a técnica operatória da multiplicação, utilizada na época dos escribas; situações-problema envolvendo operações com números naturais; questionário de interpretação do texto e proposta de pesquisa sobre a função do escriba.

1.2.      Conteúdo matemático (e outros) abordado:
Na obra encontra-se a possibilidade de trabalho com os seguintes conteúdos: Operações com números naturais: adição, subtração, multiplicação, divisão; resolução de problemas; noções acerca da cultura egípcia; vocabulário pertinente à cultura egípcia.

1.3.      Exemplos de aplicações no cotidiano:
Anos/Séries que se pode utilizar: O livro é recomendado para se trabalhar a partir da terceira série ou quarto ano do ensino fundamental.
1.4.      Críticas – o que não pode ser usado do livro:
Nossa crítica é dedicada à questão número um da atividade de interpretação de texto. Analisamos essa questão e consideramos inadequada ao objetivo da atividade. Ela pouco, ou nada, traz de reflexão que possa instigar o aluno a desenvolver uma compreensão satisfatória do texto.
1.5.      Motivos para se adotar este livro:
Nós utilizaríamos o livro “Meu avô, um Escriba”, pois consideramos uma obra de fácil leitura, o que ajudaria no entendimento dos alunos, possui muitas ilustrações e conta a história de uma criança, Tuta, que para alunos dessa idade se configuraria em um maior interesse pelo tema. A obra também trata de temas pertinentes a família e a infância, temas importantes de serem trabalhados com essa faixa-etária, e nos apresenta uma maneira diferente de efetuar multiplicações.

1.6.      Metodologia do Trabalho: 


Plano de aula
Público-alvo: Alunos de 5º Ano do Ensino Fundamental (Equivalente à 4ª Série)

Objetivos:

- Compreender a presença da Matemática nos diferentes períodos históricos e culturais, estabelecendo um paralelo entre a antiga sociedade egípcia e a sociedade contemporânea;
- Apropriar-se de uma técnica diferente de efetuar a multiplicação;
- Refletir sobre as relações familiares, sociais e o que podemos aprender com elas;
- Refletir acerca da Matemática e suas implicações nas diferentes profissões;
- Apreciar e desenvolver o comportamento leitor;
- Utilizar a calculadora como instrumento para verificação de resultados.

Habilidades Desenvolvidas:
- Relacionar e aplicar o conhecimento matemático as situações cotidianas;
-Compreender diferentes significados e especialidades das operações matemáticas;
-Resolver situações problemas desenvolvendo formas de raciocínio matemático;
-Interpretar e resolver operações matemáticas através de procedimentos de cálculo e do estudo das propriedades operacionais;
Metodologia:

1º Passo: Propor a leitura do livro “Meu avô, um escriba” de Oscar Guelli. O professor fará a leitura em voz alta até a página 13. A partir deste ponto, o docente distribuirá cópias das páginas em que são utilizadas as técnicas operatórias do avô de Tuta e solicitará ao grupo que as leia individualmente; ao término desta leitura, o professor retomará a leitura em voz alta até o desfecho da narração.
2º Passo: Propiciar um círculo de conversa para a discussão do texto. O professor deve conduzir as discussões em diferentes aspectos abordados no texto, buscando alternativas de aproximação com o cotidiano do educando: costumes egípcios; técnica operatória da multiplicação; presença da matemática nas funções desempenhadas pelos escribas na sociedade egípcia e diferentes profissionais em nossa sociedade; as relações familiares, sociais e o que podemos aprender com elas etc.

3º Passo: Propor alguns exercícios de multiplicação com todo o grupo, a titulo de exemplificação. Estes exercícios deverão ser respondidos oralmente.
4º Passo: Propor o jogo “Batalha da multiplicação”, o professor deverá dividir os alunos em grupos de quatro integrantes. Nesses grupos haverá o confronto entre duas duplas, para tanto será disponibilizado aos alunos um baralho e cada dupla deverá tirar uma carta do monte, tirada a carta e visualizado o fator, as duplas deverão efetuar a multiplicação seguindo os moldes da forma de multiplicar no Egito antigo. Vence a dupla que conseguir terminar em menor tempo e ao final o professor fará junto com os alunos a conferência dos resultados em uma calculadora. Os resultados deverão ser registrados em uma folha entregue pelo professor.
5º Passo: Proposta de lição para casa: questionário de interpretação do texto (excetuando a questão de número 1) e situações-problema. O professor deverá distribuir aos alunos cópias das atividades propostas no livro adotado.
6º Passo: Discussão das respostas trazidas pelos alunos. O professor deverá ser o mediador em relação às diferentes respostas advindas do questionário de interpretação. Quanto às situações-problema, é importante que o professor propicie um espaço para o debate de diferentes estratégias de resolução e hipóteses dos resultados apresentados.

Duração: Três a quatro aulas.


Avaliação:

      A avaliação terá caráter formativo e se dará de maneira processual. Os principais instrumentos desta avaliação serão a observação e registro do professor durante as atividades propostas, bem como o registro realizado pelos alunos durante as seguintes atividades: o jogo “Batalha da multiplicação”, questionário de interpretação e resolução das situações-problema propostas como lição para casa e discussão posterior.


 Diego Benjamim Neves e Emerson Ferreira dos Santos


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