Leitura: II Timóteo 2. 1-13
II Timóteo 2.3 – Sofre, pois,
comigo, as aflições como bom soldado de Cristo.
O apóstolo Paulo estava preso e através desta segunda epístola,
instruía a Timóteo, seu discípulo e pastor da igreja em Éfeso, para que não se
envergonhasse de seu testemunho no Senhor e também para que participasse de seu
sofrimento, como um soldado em campo de batalha.
Detendo-nos na palavra soldado e sabendo que as instruções de Paulo
servem a cada um de nós no mundo de hoje e nas diferentes lutas da batalha que
enfrentamos aqui, vamos refletir acerca de alguns princípios espirituais para
que possamos repensar nossas ações para que sejamos bons soldados de Cristo.
O soldado, assim como nós, é um servo e representa alguém superior. Nós
somos servos do Deus vivo e por isso seus representantes.
Quando se alista soldados, os propósitos são bem definidos: por que e
para que eu preciso deles? Há motivos que justificam sua participação e
objetivos que se quer alcançar por meio de suas ações.
Os soldados, para que militem mantendo o foco no objetivo daquele que o
alistou, necessitam compartilhar dos seus propósitos. Isto acontece por meio da
comunicação e os militares têm um estatuto para isto. Este estatuto diz quais
são as ações que devem ser tomadas ou evitadas e também qual é a razão, a
missão, os valores da causa que representam.
Aquele nos alistou como soldados também nos deixou um estatuto. Ele não
nos manda à batalha desprovidos de qualquer ajuda ou orientação. Na palavra de
Deus encontramos o manual que indica como agir para que possamos cumprir a
carreira que nos foi proposta.
No campo de batalha o soldado está sujeito a diversos tipos de
sofrimento, mas nenhum deles pode ser maior do que o seu objetivo. O soldado
sabe que é instrumento e consente com o objetivo daquele que o alistou,
inclusive sabendo que isto pode lhe custar a vida. Por conta de seu objetivo um
soldado é capaz de resistir à dor, à fome, ao frio e à tantas outras coisas.
Nós como soldados de Cristo devemos ter convicção dos nossos
objetivos. E o objetivo não é nada além
de fé, porque objetivo é algo que ainda não vimos no mundo material, mas que
esperamos alcançar. Ora,
a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que
se não vêem. (Hebreus 11:1).
Nosso objetivo principal é o céu e aquele que
nos alistou deixou também uma série de ações e posturas que devemos ter para
podermos alcançá-lo. Mas ele não nos deixou sozinhos, tampouco desorientados.
Ele nos diz que sua graça nos ajuda a alcançar o que ansiamos.
Em nosso dia a dia, o
sofrimento vem muitas vezes como forma de nos fazer perder o foco, o objetivo.
Mas o bom soldado sabe sofrer. Não que isto queira dizer que o sofrimento não
doa a este tipo de soldado, mas que ele – por ter Cristo e o céu como sumo
objetivo -, não se deixa dominar por aquilo que é passageiro, pois o que
adianta ganhar a vida e perder a salvação?
A vida terrena é uma
vírgula na história da eternidade. Não se pode perder um belo texto por conta
de uma vírgula. Não se pode perder a eternidade!
Um soldado além de ter
uma causa, tem inimigos. Nosso inimigo jaz neste mundo. Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. (1 João 5:19.) E nós não devemos nos intimidar diante de suas investidas para nos
destruir.
Deus fala conosco de maneira multiforme, na linguagem que nós
compreendemos melhor. E muitas vezes ele usa os diversos tipos de aflições para
nos edificar, pois as aflições também são maneiras de Deus nos comunicar que
estamos no caminho certo.
Em primeiro lugar, porque Cristo, aquele que nos alistou, diz que no
mundo teríamos aflições. Mas, além disto, Ele nos consola dizendo “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo 16.33)
Em segundo lugar, o inimigo não perderá tempo com o que não
representa perigo. Ele ataca os soldados que representam um perigo real ou
potencial para ele e suas obras. Um soldado que não cumpre sua missão
automaticamente já faz parte da base aliada ao inimigo. E isto é o que não
queremos!
Em terceiro lugar, na palavra está escrito: “Sabendo que a prova da vossa fé
opera a paciência. (Tiago 1:3)”; “E não somente isto, mas
também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a
paciência” (Romanos 5:3); “E a paciência a experiência,
e a experiência a esperança.” (Romanos 5:4)
Não devemos nos embaraçar com os negócios desta vida que é passageira.
O sofrimento não pode nos imobilizar ou paralisar.
Com certeza ante ao sofrimento, a alternativa mais fácil é desistir,
parar. Porque às vezes pensamos que se deixarmos a causa de Cristo, a vida fica
mais fácil. Afinal de contas o inimigo deixa de nos atacar tão violentamente.
Mas isto é uma filosofia satânica. A palavra nos instrui “Todas as coisas me são lícitas,
mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas; mas eu não me
deixarei dominar por nenhuma delas.” (1 Coríntios 6:12).
Não podemos ceder aos pensamentos paralisantes e nos deixar corromper com o que
é terreno.
Quanto ao sofrimento, o
Senhor é Deus se o fizer parar e continuará sendo Deus, digno de toda honra e
adoração, mesmo se não o fizer parar. Ele é Senhor da História. Além do mais, a
palavra de Deus, o verbo vivo que desceu do céu, Jesus, está livre, não importa
o quanto o inimigo tente nos prender. Se eu não me embaraçar com as algemas, os
grilhões e com os laços que ele me lança - que simbolizam o pecado -, a palavra
flui através das minhas expressões, ações e testemunhos que as pessoas dão sobre
mim.
Dessa forma cumpro meu chamado...
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